sábado, 28 de agosto de 2010

Muda de vida. A vida vai mudar contigo.

"Quando se ama alguém tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes o alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver."
Margarida Rebelo Pinto


" Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo. Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir. Demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem. Contigo aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina. Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã ao acordares. Não sei quando te voltarei a ver ou a ter notícias tuas, mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque guardei-te no meu coração antes de partires. Numa noite perfeita entre tantas outras, liguei o meu coração ao teu com um fio invisível e troquei uma parte da tua alma com a minha, enquanto dormias.”
Margarida Rebelo Pinto


Só é livre quem abraça o mundo sem reversas, mesmo que fique pendurado por um fio entre a vida e a morte.

Silêncio ensurdecedor da tua voz.

Sente o que é verdade de se sentir.
Escuta o que é verdade de se falar.
Silêncio ensurdecedor que esgota a voz e quebra a alma.


A (re)volta.

Voltei de férias e sinto que o meu cansaço voltou triplicado.
Perdi todas as forças que conhecia e ainda gastei umas tantas que achei que tinham ficado no passado.
Sensações tive imensas ou se calhar, não cheguei a ter nenhuma.
Foi quase como olhar a lua numa noite e estar por baixo da chuva na noite a seguir.
Foi quase como procurar conforto nos sítios mais desconfortáveis do Mundo.
Foi quase como assistir a um filme de terror que corta a respiração mesmo que só tenha 2 segundos de fita.
Lembrei-me apenas de uma coisa: da coragem que achei que tinha encontrado.
Da coragem e daquele “preciso de ti” que em sonhos achei ter existido mesmo.
Esperei pelo abraço que não chegou a existir. Do perdão que já não fazia sentido.
Esperei e espero até ao dia de sempre.
Não é filosofia. Preciso mesmo de ti.



“quero-te perto.”
não vás. não deixes que te roubem daqui.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Confia apenas.

Segue o que Sentes, Sente o que Segues.
Não desistas, acredita naturalmente.
Confia em mim.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aprendes que estamos sempre a aprender, por mais difícil que se torne.

Um dia começas a aprender que os beijos não são contratos e os presentes não são promessas. Aprendes que falar pode aliviar a alma.
Aprendes que as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E que os bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida são tomadas de ti muito depressa, por isso devemos sempre deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, afinal pode ser a última vez que as vejamos. Descobres que se leva muito tempo para te tornares a pessoa que queres ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou tu controlas os teus actos ou eles te controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são ilusões, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Descobres que só porque alguém não te ama da forma que tu desejas que ame, não significa que esse alguém não te ame de alguma maneira, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!

Não espere a mágoa para pedir perdão.






Simplesmente achei que esteve vídeo tinha (tem) o encaixe perfeito.
Tem uma mensagem que por muito insignificante que possamos desejar que se torne, acaba sempre por mexer com a nossa mente.
Quase como um conselho, quase como uma lição de vida.
Até parece que me leu a alma, neste preciso momento.
Fica aqui partilhado o vídeo, afinal, algum dia todos precisamos de apoio mesmo que não o queiramos pedir, directamente.


"Não espere a mágoa para pedir perdão."

Coragem desgastada.


Dói demais pensar que o amanhã se tornou tão pequeno aos meus olhos, quanto a tua alma se tornou pequena dentro da imagem que tinha de ti.
Deixou de ter importância os "porquês" dos segredos e os "mas" do sentir a falta de algo (nada).
Desisti não por ter perdido a coragem mas por não encontrar mais justificações para o tal "não desistir".
Um dia percebemos que as pessoas que idealizamos como gigantes aos olhos dos Homens, se tornam insignificantes ao pé de uma mera criança. É quase como a força de uma coragem que se foi desgastando aos poucos.
É difícil ter-se os pés no chão quando o que mais queremos é voar, e não voar sozinhos.
Vou fazer as malas e vou partir sem olhar para trás. Vou (re)começar comigo mesma apenas.
Um dia, quem sabe, quando já não for tarde demais, eu voltarei de surpresa (...)



sábado, 14 de agosto de 2010

"Dirty Dancing", 1987.

Ainda à alguns tempos fizeram-me uma questão um tanto ao quanto "cruel" para quem adora cinema: "algum dia algum filme te conseguirá pôr a chorar?". A resposta foi simples: "a chorar não, a sonhar já!".
Este é apenas um outro exemplo de um grande filme, de uma grande história e uma excelente banda sonora!
Já o vi e voltei a ver e acreditem, não me consigo cansar.
Definitivamente, os anos 80 têm os melhores tempos da história mundial, quer em extraordinárias músicas, quer em excelentes filmes!





"Alma de Pássaro", por Margarida Rebelo Pinto.

" (...) estás há procura da tua alma do outro lado do mundo, e eu tenho-a aqui adormecida nas mãos e não sei o que fazer dela, porque a tua alma se fundiu, em tempos com a minha e não consigo olhar para dentro do meu coração sem te ver lá, mesmo que tenhas escolhido outro caminho. Os destinos vivem-se como uma outra vida e eu tento todos os dias - acredita, porque é mesmo verdade - olhar para os dias e enchê-los sem ti. Mas em vez disso, contemplo-os como se não fosse eu a vivê-los, enquanto treino em surdina um verbo novo, que quer queira quer não, vou ter que aprender a conjugar em todos os tempos e modos. o mesmo verbo que me deu força quando a minha vontade morreu:o verbo aceitar. Aceitar que já me amaste, que nada é eterno e tudo muda, que a vida é feita de momentos, que devia estar-te grata por todo o amor que me deste, pela tua frontalidade e sinceridade. Aceitar que o meu amor por ti não te podia roubar a juventude, aceitar a perda e a ausência daqueles que amo. Amar alguém é deixa-lo partir, olhar o céu e ver na dança da lua um momento qualquer em que talvez voltes, sem nada pedir nem nunca esperar..."


Margarida Rebelo Pinto In " Alma de Pássaro

Outro livro que ainda à pouco tive o tremendo gosto de o ler.

Para uns uma escritora demasiado utópica, para outros uma poeta de alma e arte.
Para mim, apenas uma artista com alma e que, assim como eu, acredita na utopia dos momentos, na utopia das vibrações do coração, na utopia do sonhar acordado.
Recomendado mas, apenas a quem tenha um pouco de alma, e não apenas a sua alma guardada mas a sua alma pronta a ser partilhada sem "porquê" ou "por favor".

Se me deres a tua mão, ensino-te a voar e no final, vamos tocar o céu com a tua alma dentro da minha (a)

"Pensa em mim, Darwin".




Impossível de se apagar esta música do coração ou a letra da alma.
"Como num filme tudo vai dar certo. Quem foi que disse que pra estar junto precisa estar perto?"
Será mesmo assim ? Fica a dúvida de todos ou então, a minha grande certeza (...)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"Vem sentar-te comigo, Lídia", por Fernando Pessoa.

Vem sentar-te comigo, Lídia...

"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimentos demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço."

"Odes" de Ricardo Reis


Todos temos algo no Mundo que nos enche de coragem, que nos faz não sentir vazios, não sentir que lutamos à toa, sem motivo aparente e sem ajuda possível.
Fernando Pessoa, com a sua alma enorme, também conseguiu provar que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
Ainda procuro uma alma, uma alma única e real. Existirá mesmo ? Existirá a todas as horas, a todos os momentos de saudade ?

Tenho medo do Mundo.

Às vezes tenho tanto medo de ficar sozinha.
Tenho medo de um dia me arrepender de ter deixado por não dito o "preciso de ti".
Tenho medo de deixar para trás quem eu sempre quis que estivesse a meu lado.
Tenho medo que o meu coração se mova a um ritmo diferente da minha alma.
Tenho medo que a voz me doa quando quiser gritar "amo-te".
Tenho medo de me deixar vencer pelo cansaço, de me sentir sem forças, totalmente fraca, como me sinto neste momento.
Tenho medo que o meu olhar seja invisível, que o meu toque seja insensível à tua calma.
Tenho medo, tenho medo de me perder e de te deixar perder comigo.
Tenho medo de desistir sem insistir, afinal, o cansaço também cansa.
Tenho medo que desapareças, tenho tanto medo.


Desta vez, foge mesmo comigo. Não quero ter que te partilhar com mais alguém. Não quero, não consigo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Cidade dos Anjos".

"E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois eu sei que tu me sentes de alguma maneira.

Tu és o mais perto do paraíso
do que eu jamais estarei.
E eu não quero ir para casa agora.
E tudo o que eu sinto é este momento
E tudo o que eu respiro é a tua vida
Porque mais cedo ou mais tarde isto irá acabar
e eu não quero sentir a tua falta esta noite.


E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu acho que eles não entenderiam.
Quando tudo é feito para não durar
Eu só quero que tu saibas quem eu sou.

E tu não podes lutar contra as lágrimas
que não estão a vir
Ou o momento da verdade nas tuas mentiras.
Quando tudo parece como nos filmes
É, tu sangras só para saberes que estás vivo."


Dos filmes mais verdadeiros que já alguma vez tinha visto.
Os anjos existem acreditando-se neles ou não. Eu tenho o meu, tu tens o teu e cada um de nós tem alguém sempre ao nosso lado a proteger-nos, por muito longe que estejam fisicamente afinal, estão lá sempre: na nossa mente, no nosso pensamento.
Algumas coisas são verdadeiras, acreditando-se nelas ou não.


Eu apenas quero alguém que sinta o toque da minha mão...



No meu abraço, até sempre.

Um dia nunca mais te deixo fugir do meu abraço, prometo.

domingo, 8 de agosto de 2010

"Em que fábrica de loucura vivemos?"

“Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou certo de que sou imperfeito
Podem chamar-me de louco
Podem gozar com as minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos aos transeuntes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de mim mesmo"
Augusto Cury, O Vendedor de Sonhos


Estive a ler este livro e achei que nada melhor do que também eu o recomendar, afinal a história cativou-me e ensinou-me que a esperança e a sobriedade do Mundo se podem unir, para assim se encontrar na Humanidade um sítio melhor para passarmos o nosso tempo enquanto vivemos.



“Conquistas sem riscos são sonhos sem méritos. Ninguém é digno dos sonhos se não usar as suas derrotas para os cultivar."

Envelhecer nos teus braços.

Queria ter envelhecido nos teus braços tal e qual como na primeira vez.
Agora? Fechei o coração a 9 chaves e atirei-a ao mar.



Um dia, inspiro, expiro, mergulho nas águas perdidas e encontro o que um dia escolhi perder.
Apenas sinto a falta de preencher os espaços entre os meus dedos com a tua mão.


Preciso que tenhas alma.

Apeteceu-me escrever não um texto mas um conto de fadas: queria ser encantada, queria sonhar sem limites, lutar por alguém sem sofrer sendo que isso se torna num amar sem o sentir de verdade.
Era criança e só queria viver uma história de fantasias. Não sofrer como nas histórias encantadas e encontrar todos aqueles finais admiráveis em que se vive feliz para sempre, que na realidade nunca existiram. Que desilusão, fiquei desencantada nesse momento.
Será que ainda quero uma história de encantar assim? Se aprendo a sofrer com todas as palavras que existem no nosso sentido de existir e cresço a olhar para o passado e a perceber que não quero continuar a caminhar sozinha, não. Há quem lhe chame experiências de vida, eu não vivi experiências de vida porque viver ainda não devia de significar sofrer. Crescer deve ser a verdadeira explicação para esquecer-se que um dia acreditamos em histórias de encantar.
Quero a realidade por muito mal que ela faça aos olhos e à inteligência emocional de quem não a sente de verdade. Quero o toque de quem quer sentir a liberdade do amar. Quero encontrar aquilo porque um dia todos acabam por procurar.
Pedi para encontrar a estabilidade necessária, a amizade crescente e a paixão verdadeira.
Esqueci-me das lágrimas infantis e dos amores de ilusão, agora quero tudo em tudo o que posso querer.
Lembro-me dos olhares brilhantes e dos receios de não saber o que fazer nem o que dizer.
Sinto a falta de não caminhar sozinha, de não me sentir perdida.
Preciso de sentir tudo desde o início, de reaprender tudo aquilo que já quis esquecer.

sábado, 7 de agosto de 2010

Força das forças.





Nunca tive medo de morrer, mas da forma como irei desaparecer.
Toda a força que tenho vou buscá-la aqui: à vossa presença na minha vida.
Obrigada por existirem aqui, bem perto da minha alma.

"Yes, Coldplay".

Como uma grande viagem no tempo !
 

Se pudesses viver para sempre, viverias por quem?

Faz uma curta paragem no tempo.
Escuta o caminhar das suas palavras e observa o escurecer do dia.
Enquanto ele sente que se quebrou tudo, ela nenhuma sensação tem.
A importância do construir palavras e do varrer as últimas partículas de alma são a única sensação que é de possível entendimento.
Ela pede um abraço e ele retribui com um longo toque.
Ele pertence-lhe no total da essência e no completar de um só corpo, de um só valor.
A respiração ficou acelerada e o olhar manteve-se secreto, só sentiu o tremor do aproximar da noite e do tempo a chegar ao fim quando o começo era de magia.
Até antes do último segundo, ele pede que o momento não tivesse fim e agora que chegou o último momento? Pediu-lhe o espírito, implorou protecção e suplicou pelo amanhecer em seu redor.
Agora foi tarde demais. Tudo tem um fim, tudo acaba por ter um sentido total de indiferença.
Talvez um desapego merecido e certamente um despedir da angústia de tempos.


Há alturas na vida em que os sonhos viram poeira e os pesadelos se tornam realidade.

Se pudesses viver para sempre, viverias por quem?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Recordações sem explicações.



era feliz e (acho que) nem sabia !

Gritos Mudos.

Sinto todos à minha volta a gritar, sinto todos a chamar por mim, mas não consigo escutar nada nem ninguém.
É estranho, estou sozinha por entre a multidão.
Acabei por pintar o meu Mundo a preto e branco, sem pincéis nem aguarelas (...)

Dar a mão e/ou acorrentar a alma.

Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar a alma. E aprendes que amar nem sempre significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aceitar as tuas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com a graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair no vazio. E aprendes que, não importa o quanto te importes porque algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceitas que, não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando, e tu precisas de perdoa-la por isso. Descobres que levasse anos para construir confiança e apenas segundos para a destruir. E o que importa não é o que tu tens na vida, mas quem tens na vida. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que apenas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que tu podes ser. Descobres que levasse muito tempo para se chegar aonde estás a ir, mas que, se tu não sabes para onde vais, qualquer lugar serve. Aprendes que, ou tu controlas os teus actos ou eles te vão controlar, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Descobres que algumas vezes, a pessoa que tu esperas que te empurre para caíres, é uma das poucas pessoas que ajudam a levantar-te. Aprendes que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com os anos. Aprendes que há mais de teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que quando estás com raiva, tens direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, tens que aprender a perdoar a ti mesmo. E que, com a mesma severidade com que julgas, serás em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu juntes cada pedaço. E tu aprendes que podes suportar… que realmente és forte, e que podes ir mais longe, depois de pensar que não podes mais.

O restar da poeira.



Pertencia a um lugar onde nunca tinha imaginado estar.
Quando ele entrava e sorria tudo parecia se ter transformado. Não importava a forma como me sentia no momento ou como me iria sentir depois, ele conseguia agitar o meu mundo e arrepiar-me com a sua simples voz.
Perguntava-me como iria reagir a partir do toque, de um ingénuo toque de mãos ou de um sincero olhar que mais ninguém conseguia ver. Não encontrava resposta porque o meu pensamento era dele e o olhar dele era meu.
É tarde demais quando se tenta esconder. É cedo demais quando se é precipitado.
Talvez nunca se encontre um ponto de equilíbrio entre as sensações e as opções, entre o imaginar e o concretizar. Talvez a solução seja essa: fugir ao coração sem sequer tentar utilizar a razão para pensar.
Será que tudo aquilo chegou a existir mesmo?
Será que um dia durante os sonhos que tivemos em conjunto, durante as noites que adormecemos a segredar os nossos medos nos braços um do outro, durante todos os "amo-te" ditos, sentiste que para sempre é muito tempo?
Eu senti mas já não (consigo) sentir nada. Perdoa-me.