sexta-feira, 1 de julho de 2011

É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.




Saudade é o momento em que tentamos fugir da lembrança para que tudo aconteça desde o princípio e não conseguimos.
Angústia é um nó muito apertado mesmo no meio do sossego, no meio da paz de cada um de nós.
Preocupação é uma espécie de cola que fica em nós e que não deixa o que ainda não conseguiu sair do nosso pensamento e da nossa apreensão.
Indecisão é quando sabemos muito bem o que queremos mas achamos que devemos querer outra coisa e duvidamos de tudo o que queremos e temos.
Intuição é quando o nosso coração dá um saltinho ao futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando em nós passa o trailer de um filme que até pode ser que nem exista.
Vergonha é um pano preto que todos desejam para se cobrirem naquela hora de apreensão connosco mesmos e com o mundo.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final de cada sentimento, sincero ou conveniente .
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Tristeza é uma mão gigante que aperta o nosso coração sem algum pudor.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma, que nos acalma a paz e acelera a respiração.
Culpa é quando reflectimos no que podíamos ter feito diferente mas, geralmente, não podíamos.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Paixão é quando, apesar da palavra “perigo”, o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, uma insanidade, um desatino, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha  mesmo explicação.



O amor faz o ser humano ser capaz de superar os seus limites. Nós somos rápidos para exigir e lentos para compreender.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A parte mais difícil do final é ter de recomeçar.

Tu és o tempo que passa, o comboio que não espera e o cigarro que mata lentamente; és o vazio da minha cama que me suga a força, a ferida que arde impiedosamente e as lágrimas que já secaram. Tu és um problema sem solução, o receio que me mantém acordada e as dúvidas que pairam no ar que respiro; és a imprevisibilidade que magoa, a dura indiferença e o “até já” sufocante; és o labirinto onde me perco e me encontro da mesma forma, és o fogo que me consome e o quadro abstracto que me ilude.

És tudo o que não quero encontrar, tudo o que evito enfrentar e tudo do qual fujo a sete pés, mas, por outro lado, és tudo aquilo pelo qual anseio e desejo em segredo.

Juntando os pedaços sem ter por onde começar, a parte mais difícil do final é ter de recomeçar.

Está de volta ao início do recomeço. Na parte em que deseja as maiores felicidades, despede-se com um até sempre e parte sem nunca mais voltar ao mesmo lugar onde tudo começou.


p.s.: Aprendi com a Primavera; a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.